sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Capítulo 7

Testes

 Thanatos estava cercado, os lobos rosnavam para ele, pareciam famintos, os dentes eram longos e pontiagudos, suas garras pareciam bem afiadas, sua coloração laranja indicavam que eram animais típicos do deserto de sograt; havia também varias cicatrizes pelo corpo, o que indicava que eles eram experientes, e que aquela não era a primeira batalha deles contra um humano.

— Esse é o teste? - Disse o espadachim com ar de decepção.

IMPACTO EXPLOSIVO! - Com uma batida de sua espada no chão, uma onda de calor e fogo se alastra pela sala e até o observador do teste, quem estava lá em cima podia sentir. Em questão de segundos, todos os lobos estavam caídos, os trinta foram derrotados com apenas um impacto.

— Esperava mais do famoso teste de cavaleiro - Disse ele decepcionado.

— Ei! você aí encima, irei ter que esperar os cinco minutos? - Gritou Thanatos para a pequena janela em cima da sala.

— P-Pode passar... - Gagueja a mesma voz que havia falado com ele no começo do teste.

A porta se abre e Thanatos calmamente passa para a próxima sala.

Aquela sala era do mesmo tamanho que a anterior. Uma ponte ligava as duas portas, nas laterais haviam algumas Penomenas e era impossível passar da ponte para as laterais, havia uma espécie de barreira mágica que não deixava ninguém sair de dentro dela.


— Aguente por cinco minutos e eu abro a porta! - disse a mesma voz da sala anterior.

Ao terminar de falar, as Penomenas começaram a atacar o espadachim, o ataque delas vinha de baixo, elas usavam seus tentáculos para acertá-lo, as penomenas eram conhecidas por nunca errarem seu alvo, e também por seus ataques urticantes que causavam dores intensas.

— Isso? Penomenas? - Thanatos olha para baixo, os tentáculos das penomenas acertavam a perna de thanatos, porém, o espadachim nem se mexia.

— Decepção... - Ele se senta e simplesmente ignora os ataques que fariam qualquer um se contorcer de dor. Os cinco minutos se passam e a porta se abre novamente; ele calmamente se levanta, sacode a poeira, dá um longo bocejo e caminha até a próxima sala.

Outra sala igual, na verdade idêntica à primeira sala.

— Você deve- - a voz começa a falar e é interrompida

— Aguentar por cinco minutos, eu sei. - Ele saca a espada esperando a nova leva de monstros, as portas laterais se abrem e de dentro dela saem dezenas de coelhos.
— Eu acho que estão brincando com a minha cara... - Thanatos senta mais uma vez, os coelhos ficam passeando por entre ele, vez ou outra, algum sobe no colo dele ou se esfregava nas pernas.

Os cinco minutos se passam e a porta se abre. Era uma sala ampla e havia um cavaleiro no meio, assim que Thanatos entra ele começa a falar;

— Parabéns meu jovem! Você passou pelos testes e agora terá a honra de se tornar um cavaleiro! Você demonstrou a força de um cavaleiro ao derrotar os lobos, a paciência para poder suportar as Penomenas e a humildade ao não atacar seres indefesos que sequer te atacaram- – O cavaleiro é interrompido pelo espadachim.

— Desculpe-me... Mas, onde fica a saída? – pergunta Thanatos.

— É Ali... Mas você não pode ir agora! Eu vou te tornar um cavaleiro! A maior honra que um- - É interrompido novamente.

— Desculpe-me, mas não quero me tornar um cavaleiro agora. – Diz ele passando pela porta e voltando para o salão principal.

Lá fora, Érebo esperava por ele.

— Você voltou rápido...

— O teste foi de paciência. Me colocaram em umas salas pra esperar por cinco minutos em cada, não sei o que essa espera tem a ver com o de se tornar um cavaleiro.

Os dois vão para a abadia de Glast Heim para que Thanatos possa fazer o teste de templário.
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Na guilda dos Templários

Thantos é instruído por um templário que estava na abadia, ele era alto e parecia forte, usava uma pesada armadura e uma longa capa azul que se arrastava no chão, em seus braços e até em seu rosto podia-se ver várias cicatrizes de cortes.

— Nós templários temos uma diferença marcante e simples dos cavaleiros, meu rapaz – O templário falava olhando nos olhos de Thanatos enquanto, seguia abadia adentro.

— Os cavaleiros são treinados para o combate, são a tropa de elite do rei, eles protegem a lei e tudo mais, enquanto os templários seguem os deuses e pregam a justiça divina. É lindo de se ouvir, mas a prática é diferente.

Enquanto o templário falava, o espadachim olhava para ele fixamente, absorvendo todo o conhecimento que podia daquele que parecia um guerreiro muito forte e cheio de sabedoria.

— A definição mais certa para se diferenciar um cavaleiro de um templário, é que o templário defende e o cavaleiro ataca. Essa á a verdade. Os templários defendem as pessoas, não só dos monstros e perigos que podem matá-la, mas também dos opressores e das injustiças desse mundo.

Eles chegam no fundo da abadia depois de muito andarem.

— O seu teste é simples, jovem espadachim, você deve levar esta estatueta com você e trazê-la de volta pra mim, só isso.

Thanatos não entende muito bem, mas, pega a estatueta.

— Agora, entre por esta porta, só há uma saída, do outro lado da caverna, não é um labirinto, não tem como você se perder; é só você seguir em frente e chegará lá. Boa sorte!

Ao dizer isso, o templário empurra o espadachim porta adentro. Esta se fecha atrás dele.

Ele estava em uma espécie de caverna, não havia nada de anormal nela a não ser o fato de haver esqueletos por toda a parte. Ele então começa a caminhar, só havia um caminho a seguir, do mesmo modo que o templário tinha dito antes.

Ele anda alguns metros e ouve um choro, ele vai até a lugar de onde vinha o som e encontra alguém no local.

— Quem é você? E O que está fazendo aqui sozinha? – Perguntou o espadachim.

— Catharine... Eu estava andando com o meu irmão e me perdi... – Era uma garota, uma adolescente, parecia muito abatida e cansada, ao vê-la, Thanatos se lembra de Maeros.

— Venha, Eu te ajudo a encontrar seu irmão e a sair da caverna. – Disse o prestativo espadachim.

— Eu não posso, acho que torci o tornozelo... – A garota começa a chorar.

"Não posso deixá-la aqui, vou ter que carregá-la" Foi o que Thanatos pensou, ele coloca ela nas costas e pede para ela segurar a estatueta. Ele carrega ela por alguns metros e alguma coisa chama atenção dele, os esqueletos pareciam aumentar, quando ele percebeu, estavam cercados por esqueletos animados com magia.


— Por Deus! O que é isso? - Os esqueletos começam a avançar pra cima dos dois, ele tenta sacar a espada mais a garota se desequilibra e quase cai, a estatueta não a deixava segurá-lo bem, se ele lutasse ela cairia com certeza.

— Solte a estatueta. - Disse Thanatos a garota.

— Mas... É uma estatueta sagrada...

— Antes sua vida do que uma estatueta. - Disse ele secamente.

— Tudo bem então... - Ela solta a estatueta no chão e se segura firme nas costas dele para não cair. Ele saca sua espada com uma mão só e com a outra tenta segurar a garota, os esqueletos não seriam problema para ele se ele estivesse sozinho, porém, ele tinha que se esquivar sempre e levar os ataques pela frente para não ferir a garota. Feridas eram abertas em seu peito e braços, mas ele continuava avançando. Aqueles esqueletos eram mais fracos que Penomenas, mais fracos que lobos do deserto, mas mesmo assim os ataques deles machucavam. A vontade que ele tinha de protegê-la era imensa, tanto que quando por ventura um esqueleto atacava a moça, quem se machucava era ele. Ele se defendia como podia e continuava avançando, os monstros não paravam de aparecer, cada vez mais deles apareciam e ele não via a saída.

Seu corpo doía, ele sangrava, estava tonto, os ataques não paravam; tudo estava contra ele, mas a vontade de ajudar, a vontade de salvar a vida da garota não o fazia desistir, ele continuava avançando e assim foi por algumas horas.

Depois muito tempo dentro da caverna ele vê uma luz, a esperança de vida, ele corre com ela ignorando totalmente os esqueletos, na saída da caverna não havia mais monstros, ele corre para fora e vê que está nos arredores de Glast Heim, então, ele a coloca no chão devagar e balbucia algumas palavras.

— Desculpa moça... Mas eu não vou poder achar o seu irmão para você. - Disse Thanatos ofegante.

Thanatos estava um trapo. Tinha cortes por todo o corpo, sangrava muito e estava com um braço quebrado, depois de dizer essas palavras, ele olha para o rosto da garota e talvez por ter perdido muito sangue consegue ver o de Maeros. Ele sorri feliz, feliz por ter salvado ela. Vagamente se lembrava do teste de templário, e da estatueta que ficou no chão da caverna.

"Eu não consegui." Foi o que ele pensou pouco antes de perder a consciência.
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De estatura mediana e cabelos castanhos, Érebo poderia passar como mais um rosto na multidão facilmente. Assim como todo ferreiro, usa uma camisa branca meio aberta, deixando de fora seu tórax; usa também uma calça jeans desfiada que o deixa com cara de simpático, aumentando assim suas vendas nas cidades. Desengonçado na batalha, nunca foi visto matando um monstro, não se sabe seu poder de ataque e nem as técnicas que possui agora que se tornou um ferreiro. Érebo fica preocupado com a demora de Thanatos e vai atrás do amigo, mas no meio do caminho ele é surpreendido.