sábado, 18 de setembro de 2010

Capítulo 10

O grande duelo

 O trio unido novamente se aventura pelo mundo, agora com um novo membro, Peco. Agora eles eram um quarteto. Thanatos se recusava montar em Peco, ele dizia que o pobre coitado não era obrigado a carregar ele nas costas, Érebo achava isso estranho, mas, respeitava a vontade do rapaz, afinal, eles eram amigos. Maeros se aproveita da situação, já que o templário não quer montar em Peco porque é pesado, não há mal algum nele carregar uma leve mercenária.

— Maeros, eu deixo você montar no Peco. Mas, apenas se ele consentir. – Disse Thanatos.

— Ele deixam não deixa, pequinho? – Ela afaga, e ele se esfrega nela.

— Acho que isso foi um sim... – Disse o templário.

Maeros pula e senta na sela dele.

— Será que eu posso também? – Perguntou Érebo já tentando montar o Grand Peco, mas Peco se esquiva e o ferreiro cai de boca no chão.

— Acho que isso foi um não... – Thanatos levava Peco pelo arreio rumo a Prontera, a cidade fronteiriça.

Prontera fica na entrada da "Grande Floresta", por isso sua posição era estratégica, era a última parada segura antes da longa jornada que poderia não haver volta para muitos aventureiros. A cidade vivia cheia de aventureiros, todos eles se preparavam para entrar na floresta. Mercadores e ferreiros eram comuns nas ruas, eles vendiam armas e suprimentos, pousadas também eram abundantes e perto do centro havia um estabelecimento que era a alegria de muitas pessoas, a Arena de Batalha.

— Olhem, É o Thanatos! O maior espadachim do mundo! – Um transeunte grita eufórico, chamando atenção de várias pessoas.

Em alguns instantes o quarteto está cercado de pessoas, na verdade todas elas queriam saber de Thanatos, pediam autógrafos e um grupo de garotas gritavam histéricas pelo nome dele.

A multidão se aglomera em volta do templário que é obrigado a entrar em uma casa para se esconder da multidão. Ele entra sozinho, os outros três acabam se separando dele por conta da confusão, e depois de um tempo, Thanatos acha um rapaz.

— Onde eu estou? – Thanatos fala com um rapaz com uma prancheta na mão.

— Bem vindo a Arena de Batalha. Você deve ser o Sr. Thanatos, seja bem-vindo! Já é conhecida sua fama por aqui, sabíamos que viria para o nosso estabelecimento. Venha por aqui... – O rapaz leva o templário pelo braço para uma sala de espera.

O jovem de cabelo azul não entende nada do que estava acontecendo ali, mas logo o rapaz com a prancheta volta para falar com ele.

— O seu oponente é Sísifo, um caçador. Ele é conhecido como maior arqueiro do mundo. Será o combate do século. Entre lá e mostre o que sabe fazer! – O jovem de prancheta chega perto do ouvido do templário e sussurra; — Eu apostei 3000 zenys em você, sei que irá ganhar.

— Espere, eu não posso lutar contra ele! – Thanatos levanta indignado.

— Por que não? Ah, Entendo... Não se preocupe, a arena é abençoada por Odin, qualquer um que morra nela, ou se fira fatalmente é curado totalmente em 24 horas. Não precisa se preocupar, Agora vá e arranque a cabeça dele! – O jovem da prancheta empurra Thanatos para dentro da arena.

Era um campo aberto, parecia com um bosque com poucas árvores e um lago raso no meio. Era ligeiramente grande, era cercado por muros enormes feitos de pedras gigantescas, parecia ter uns quinhentos metros quadrados e não havia saída, apenas a porta que ele acabara de passar, porta essa que só podia ser aberta por dentro, impossibilitando qualquer um de sair de lá por vontade própria.

— Você é o tal Thanatos? O maior espadachim do mundo?

Uma flecha acerta a perna do templário que cai de dor.

— Confesso que me decepcionou... – Um caçador aparece de detrás de uma árvore.

— Meu nome é Sísifo, o maior arqueiro do mundo. Eu não tenho nada contra você, mas não posso decepcionar os meus fãs, então fique parado e serei rápido. – Sísifo aponta o arco em direção a Thanatos e dispara mais uma flecha, dessa vez em direção a testa do mesmo.

Sisífo usava uma roupa camuflada, tipicamente usada pelos da sua classe, é leve e deixa bastante mobilidade para o corpo, possui também um alvaje de flechas nas costas. Seu longo cabelo loiro possui uma trança que vai até o meio das costas.

— Eu não sei porque você me atacou, e nem sei porque você é considerado o maior arqueiro do mundo; mas eu não posso deixar que me mate. – Thanatos havia se defendido da flechada com seu escudo.

O templário se levanta e puxa a flecha presa na perna com alguma dor.

— Ficou corajoso só porque seus amigos estão assistindo? – Sísifo aponta para o muro.

Em cima do muro havia muitas pessoas, centenas delas, torcendo e gritando. Maeros e Érebo estavam lá também, ele podia escutar palavras de incentivo, mas não ouvia claramente por causa do barulho. A multidão berrava o nome dos dois.

Templários, cavaleiros e ferreiros eram claramente a favor de Thanatos, faziam até torcida para ele. Caçadores, magos e monges vibravam e gritavam o nome de Sísifo, as outras classes estavam divididos entre os dois. Era um embate de titãs, tanto na arena quanto nas torcidas, uma mais inflamada que a outra, metade torcendo para Thanatos e metade para Sísifo.

— A luta vai ser mais interessante do que eu pensei – Ao dizer isso, Sísifo se afasta, o máximo que pode. Essa era a estratégia dele, ficar longe do templário e matá-lo antes que ele possa atacá-lo.

Thanatos olha para a multidão, olha para Sísifo e não vê outra solução.

— Desculpe-me mas... É você ou eu. – Ele saca a flambergue e coloca o escudo em modo de defesa. Esse gesto fez a torcida dele ir a loucura, todos seus fãs levantaram e gritaram seu nome em conjunto, o grito deles juntos parecia um trovão ecoando na arena.

Sísifo dispara rajadas de flechas incessantemente contra o templário.

Aura Sagrada! - Ao pronunciar essas palavras, Thanatos ergue o escudo e uma brisa percorre o seu corpo, fazendo seu cabelo e sua capa ondularem. As flechas que o atingiriam em cheio simplesmente mudam o curso quando chegam perto do templário, as poucas que conseguiam acertá-lo estavam tão fracas pela aura que não conseguiam sequer passar a pesada armadura legionária.

Thanatos abre um sorriso sarcástico para Sísifo.

— Não vá pensando que já venceu a luta. - Sísifo assovia e um falcão desce dando um rasante no inimigo, o pássaro consegue fazer um corte na testa do templário, um corte feio. Então Sísifo assovia mais uma vez, e mais uma vez o falcão desce em um rasante.

— Escudo Refletor! – Thanatos se ajoelha e bate com força a ponta de seu escudo no chão que gera uma pequena onda de choque que cega Sísifo por alguns instantes, o suficiente para o caçador notar que agora o templário estava com uma aura dourada em volta do corpo. O falcão acerta mais uma fez com as garras na testa do templário, só que dessa vez, ao acertá-lo ele é chegado longe, como se tivesse recebido o mesmo golpe que desferiu. O pássaro bate em uma árvore e cai no chão, inerte.

— Estou vendo subestimei você. Venha cá e acabe com tudo. – Sísifo aparece a alguns metros do templário que anda em direção ao seu inimigo.

— Sim, acabarei com isso logo. – Thanatos empunha sua flambergue em posição de ataque e avança. Uma armadilha estava presa em seu pé, ele nem havia notado, as grevas que usava não o deixaram sentir nada, mas ele estava preso no chão, não tinha como se mover.

— Eu ainda estou cheio de truques. – Sísifo dá uma piscadinha provocativa para Thanatos.

— Coincidência... Eu também. – O templário faz o mesmo gesto que seu inimigo e joga sua espada para o céu.

— Poder, divino poder, és minha força, és meu guia. Levarei o bem nos cantos mais escuros, nas terras mais sombrias, e que diante do mal minha fé permaneça cristalina! Poder supremo dos deuses, Punição Divina! - A espada que girava no céu começa a ser envolta por uma luz amarela e brilhante enquanto ele fazia suas preces, vai lentamente tomando forma de uma cruz, uma cruz com mais de 3 metros. Sísifo corre para não ser acertado por ela, mas era impossível, por mais que corresse a cruz o seguia. Assim que Thanatos grita o nome do ataque, ela despenca do céu, em cima do caçador, sem nenhuma chance de defesa ou esquiva.

As torcidas se calam. A de sísifo fica apreensiva, com medo de que seu herói tivesse sido derrotado; a de Thanatos segura um grito de vitória na garganta e por alguns segundos a arena de cala.

— Por mais que você tente, eu vou ganhar. – Sísifo aparece atrás do templário, estava com uma adaga com lamina roxa na garganta de Thanatos. Era uma adaga venenosa, apenas um corte e ele estaria morto.

Sísifo brinca com o inimigo, faz que vai cortá-lo e não corta, estava totalmente no controle da situação. As torcidas ficam mudas, a luta estava sendo decidida naquele momento.

— Fé divina, fonte da minha vida, diretriz do meu poder. Que a cruz suprema e a pura crença façam o meu inimigo perecer. Cruz Magnum! - Assim que Thanatos começou a entoar as palavras, Sísifo fez um corte em sua garganta, o sangue jorrou, mas ele não parou de falar e gritou com toda a força o nome do seu ataque mais poderoso. A arena toda ficou cega com tamanha luz que o templário emitia, poucos podiam ver ele no centro de uma cruz gigante desenhada no chão. Aquela cruz apontava para o norte e parecia medir mais de 5 metros, Sísifo estava muito perto e recebeu o golpe em cheio.

Depois que a luz diminuiu e que todos podiam abrir os olhos, a cena revelava tudo. Sísifo estava jogado no chão totalmente acabado, com as roupas rasgadas e havia uma enorme poça de sangue em volta dele; Thanatos não era diferente, sua armadura legionária antes brilhante e branca estava tingida de vermelha, também havia uma poça de sangue, mas era no pescoço dele.

— Senhoras e senhoras, declaro a luta entre o maior espadachim do mundo, contra o maior arqueiro do mundo empatada! – O rapaz da prancheta diz isso na porta por onde Thanatos havia entrado.