sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Capítulo 8

A morte de Thanatos

 Várias horas se passam depois que Thanatos começou o teste.

"Ele levou menos de meia hora pra completar o teste de cavaleiro, e agora leva o dia inteiro pra completar o de templário? Não, tem algo de errado." - Pensou Érebo que se levanta e vai até o templário que havia levado seu amigo até o teste.

— Com licença, foi o senhor que levou meu amigo até o teste não é? O senhor sabe se ele já terminou?

— Sim sou eu, jovem ferreiro, você está preocupado com ele não está? É normal, pra alguém que acostumou a ter um amigo que sempre resolve os problemas, que sempre escapa das armadilhas, que sempre derrota os monstros... Quando ele demora a terminar um teste que deveria ser rápido como o outro que durou menos de meia hora é normal se preocupar, afinal... Ele pode estar morto lá dentro... ou perdido...

As palavras do templário caíram como uma pedra no pensamento de Érebo. Thanatos morto? Impossível! Ele matou um Grifo! Ele passou no teste de cavaleiro em menos de meia hora! Mas por outro lado, ele estava demorando, também estava com um pressentimento horrível.

— Você não podia me levar para o final do teste? Quem sabe nós não o encontramos lá? – Disse Érebo já aflito.

— Claro rapaz... É só seguir a velha estrada de terra do lado leste de Glast Heim até chegar na saída da caverna, se você correr, chega em quinze minutos. Eu não irei com você agora, vou pegar minha montaria na cavalaria e te encontro lá.

Érebo saiu apressado dali, não queria demonstrar que estava preocupado, não queria correr, mas a pernas já não obedeciam, ao sair da cidade já estava correndo, teria chegado em menos de dez minutos não tivesse sido parado no meio do caminho por uma encapuzada.

— Com licença, eu estou com pressa, poderia sair da frente por favor? – O ferreiro estava realmente com pressa, tentava desviar dela, mas ela entrava na frente insistentemente.

— É chegada sua hora ferreiro! – Ela tira duas katares e avança para cima de Érebo, era seu fim, não tinha como se livrar de um ataque de mercenário, ele apenas fechou os olhos e caiu no chão esperando o ataque fatal.

— Oi! - Disse a mercenária no ouvido de Érebos

"Eu conheço essa voz, será que..." Érebo abre os olhos lentamente e se depara com um rosto conhecido.

— Maeros! Você... Você é uma mercenária! – Disse o surpreso ferreiro.

— Sim! Agora eu sou uma linda mercenária! - Ela joga o manto que cobria seu corpo no chão, e realmente, agora ela era uma linda mercenária. Quando haviam se separado, Maeros não passava de uma garota de pouco mais de treze anos, e agora era praticamente uma mulher. Suas curvas sinuosas ficaram ainda mais provocantes com a roupa de mercenária. Seus longos cabelos negros ondulados e seus olhos cor de mel, terminavam de salientar a beleza da garota.

— Quando nos separamos você não passava de uma garotinha chata, agora é uma Segunda-Classe! ... Parece que ficou mais forte que Thanatos. – Disse Érebo.

— Falando em Thanatos, onde está meu herói? Ele virou um cavaleiro ou templário? Estou com saudades dele, quero ver ele.

— Eu estava justamente indo até ele quando você me atrapalhou, estou com um mau pressentimento.

— Pra falar a verdade... Eu também vim com pressa para Glast Heim por que estava com um mau pressentimento. - Disse Maeros.

Os dois se entreolham e começam a correr pela velha trilha de terra batida. Finalmente eles alcançam o final da trilha e saída da caverna, eles procuram por ele por um instante até achar uma garota que chorava.

— Você está bem? – Disse Érebo.

— Eu sim... Mas ele, Acho que ele está... Está... – A garota não consegue terminar de falar, continua chorando em cima do corpo de um jovem estendido no chão.

— Ele é seu amigo? Deixe-me ver quem é... – Érebo afasta a moça.

— Érebo? Tudo bem com você? Ficou branco de repente... - Ao dizer isso, Maeros observa Érebo cair sentado do lado do corpo, em seu rosto uma expressão de angústia e desespero.

— Mas afinal... Quem é esse? - Maeros olha por entre os dois o jovem deitado, se aproxima mais para ver, não queria acreditar em seus olhos. Aquele ali deitado era um espadachim, não um simples espadachim, era o maior espadachim do mundo... Era Thanatos! Thanatos estava ali jogado, sem vida; seu rosto já estava branco, não tinha pulso, não respirava; ela conferiu todos os sinais possíveis de morte em seu amigo, e tudo indicava que ele estava morto.

— Não, não pode ser... Ele não pode... Ele não tem esse direito! Você falou que nos iriamos se encontrar de novo! Eu fiz o teste! Eu passei! Eu voltei pra te ver! Você não pode morrer! Você me prometeu! Você... Prometeu... – Maeros se debruça sobre o espadachim morto e chora.

Érebo que havia caído sentado, assistiu a cena sem falar nada, também não queria acreditar. Como podia ter acontecido uma coisa daquelas, do grupo dos três, o que tinha menor possibilidade de morrer era Thanatos! Ele tinha derrotado um grifo, fez o teste de cavaleiro em menos de meia hora e morre ali! Daquela forma! Não podia ser verdade, só podia ser uma brincadeira de mau-gosto dos deuses. Érebo tenta encontrar uma explicação, um motivo, mas não encontra. Ele começa a se desesperar, seu melhor amigo, o cara que salvou a vida dele mais de uma vez estava na sua frente... Morto.

— O Que está acontecendo aqui? – Disse o templário descendo de sua montaria.

Érebo e Maeros não respondem, eles apenas choram pelo amigo morto, nem notam a chegada do templário.

— Estou vendo que esse garoto tem amigos de verdade, até uma mercenária... O nome dela deve ser Maeros. Certo Cath? – O templário fala com a moça do lado de Thanatos, chamando-a de Cath.

— Sim Hipnos, eles parecem ser muito amigos. A moça, Maeros, parece gostar muito dele. – Disse a jovem que estava ao lado do espadachim. Assim que o templário chegou, ela parou de chorar e conversava normalmente com ele, como se nada tivesse acontecido.

Érebo observa a conversa dos dois, enquanto Maeros ainda soluçava no peito de seu amigo.

— Ele merece passar no teste, Cath? – Disse Hipnos.

— Sim! Com louvor, ele não só entendeu o motivo do teste como também tem uma força descomunal! Veja só, ele conseguiu me trazer para fora da caverna, é a primeira vez que alguém consegue... Eu acho que esse garoto tem algo de especial. – Ela espera uma decisão do templário.

— Eu também acho, a força dele, os amigos. O fato de ter chegado fora da caverna, tudo isso deve ter um proprósito, eu sinto. Cath, Faça o que você sabe fazer de melhor, antes que aquela mercenária fique desidratada de tanto chorar.

Depois da conversa dos dois, a garota chega perto de Maeros e coloca gentilmente a mão no ombro da mesma.

— Pode parar moça, eu sei que você gosta muito dele, mas eu preciso que você se afaste um pouco.

Maeros sem entender nada e confusa pela perda, se afasta e observa a garota.

Frigga rainha dos deuses, empresta o poder das suas mãos. Meu amigo se foi em batalha e injustamente perdeu sua vida em vão, conceda-nos a Ressureição! - Naquele momento os céu se abre, um anjo com um tridente em mãos desce dos céus, para em cima do espadachim morto, vira sua lança para baixo e a crava no peito de Thanatos. Ele então a retira, mas não há marcas em seu peito, muito menos rasgo de onde a lança penetrou, pelo contrário, suas feridas começaram a se fechar e seu rosto curar, seus batimentos voltam e ele respira denovo. Thanatos estava vivo.

— Thanatos! Você está vivo! – Maeros olha para o rosto do espadachim que lentamente abre os olhos.

— Eu Morri... e, você é linda... Você é uma Valquíria? – Diz o espadachim ainda meio zonzo.

— E-eu.. Eu... – Maeros fica vermelha depois que Thanatos diz aquilo para ela, esperava que ele falasse muita coisa, mas chamá-la de linda não estava nos planos dela, ficou sem saber o que dizer, o que fazer, por quê? Por que as palavras de Thanatos mexeram tão fundo? Ela não sabia, só estava feliz por vê-lo vivo de novo.

— Thanatos! Levantasse rapaz! Não temos o dia todo! Ainda tenho que pegar seus dados e te entregar para você a armadura de templário! E Depois você tem que ir até a cavalaria pegar sua montaria! – Hipnos se vira e monta em sua montaria, Cath pega uma carona com o templário e os dois voltam para Glast Heim.

Maeros abraça Thanatos e continua chorando. Thanatos continuava meio tonto. Érebo não sabia se ria ou chorava... Acabou não fazendo nada. Depois de um tempo, os três se levantaram, se cumprimentaram e abraçaram-se. Era a primeira vez desde muitos anos que se reencontravam, e não queriam mais se separar.

— Vamos para Glast Heim, quero me tornar um templário logo! – Disse o animado Thanatos.

— Mas você não disse que ainda não tinha se decidido? – Disse Érebo.

— Me decidi agora, o teste me fez enxergar que eu nasci para ser templário! Vamos!

Ele parte rumo á Glast Heim e os dois o seguem, eram novamente um grupo, com Thanatos como líder novamente.