sábado, 16 de outubro de 2010

Capítulo 14

Quem é seu verdadeiro inimigo?

 Thanatos pouco a pouco fechava os olhos, não queria dormir, queria aproveitar cada segundo junto com Maeros... Mas o sono falava mais alto; Ele fecha os olhos, mas sente um respingar em sua testa, ele os abre novamente e se depara com um céu fechado, nuvens escuras, trovões ao longe. No meio dos galhos das árvores ele avista Sísifo, e ele parecia tenso. O templário esfrega os olhos pra espantar a sonolência e olha mais atento para o caçador que estava parado acima dele, agora ele podia ver melhor, Sísifo olhava estático para uma moita a sua frente, seu rosto estava sério, levava suavemente sua mão até as costas em busca de uma flecha enquanto armava o arco. Meio atordoado pela sonolência ele instintivamente olha pra onde seu amigo estava olhando; Uma moita, a escuridão da noite sem lua não deixava que ele visse nada além disso, mas ele continua olhando, procurando algo que com certeza estava ali...

Um raio corta o céu, iluminando toda a floresta por alguns décimos de segundos, o suficiente para Thanatos observar a silhueta demoníaca da enorme criatura que estava parada atrás do pequeno arbusto.

— N-não Pode ser... – Thanatos balbucia isso ao ver o monstro mais temido pelos templários. Ele lembra-se de uma das história de seu amigo da capital...

Hipnos, ainda jovem, se aventurou pela Grande Floresta com um grupo de mais 10 pessoas. Havia tipos bem diversos, o que era bom para sanar as fraquezas uns dos outros, bruxos, caçadores, sacerdotes, cavaleiros... Podia-se dizer que era o grupo ideal, virtualmente impossível derrotá-los. Já estavam há algumas semanas dentro da floresta, imbatíveis, confiantes... Por uma decisão unânime tinham decidido voltar para a civilização, passariam a noite ali e regressariam no outro dia. Porém, Mal sabiam eles que estavam sendo espionados pelo grande Bafomé... Foi um ataque surpresa, não tiveram tempo de reagir, foi um tremendo massacre, só um tinha saído vivo de lá; Hipnos, o jovem templário tinha corrido, deixado seus amigos pra trás.

Depois do ocorrido, Hipnos se achou indigno de ser um aventureiro e de ter uma vida em mãos para proteger, ele então decidiu ficar na capital para sempre e ajudar os novatos enquanto ainda não corriam risco de vida.

"Ele acabou com um grupo de dez pessoas facilmente... Estamos aqui em sete..." - Pela primeira vez Thanatos sentiu um frio na espinha; medo, medo de morrer, medo de não ter coragem, de abandonar os amigos pra se salvar.

— O que foi? – Maeros levanta a cabeça, sonolenta, olha fixamente para o rosto do templário.

Naquele momento Thanatos sentiu uma força surgindo dentro dele... Era a vontade de proteger, não só os amigos, mas a amada dele. Já não restava dúvidas, Maeros era seu amor, ele diria isso pra ela, mas não agora... Agora tinha um trabalho a fazer, tinha pessoas para proteger, tinha um demônio para derrotar.

— Maeros... O quanto você confia em mim? - Pergunta o templário levantando-se.

— Confio minha vida... Por que? - Responde Maeros.

— Então prepare-se para a batalha... Mas... Não se preocupe, eu vou te proteger! – O templário alisa os longos cabelos da mercenária por um instante. Ele olha para os outros, Mayara já estava sentada, pronta para a batalha, também havia percebido o monstro, Arthemis e Érebo já estavam preparados.

Em poucos segundos Maeros já estava com suas duas katares nas mãos, estavam todos preparados; Thanatos de armadura, Érebo com seu machado... O mais estranho é que o Demônio não tinha saído do lugar, mesmo depois de saber que foi notado, mesmo com toda a movimentação...

— Ele não é um monstro comum... Cuidado. – Arthemis alertava para o grupo já unido.

Thanatos estava na frente junto com seu fiel e inseparável amigo Peco; Érebo, Mayara e Maeros logo um pouco atrás; Arthemis e Sísifo ficavam escondidos atrás de todos, era uma formação estratégica.

A tensão era clara, Thanatos apertava o cabo da espada, como se ela fosse pular de sua mão a qualquer momento. Érebo suava, Arthemis engolia a seco, por outro lado, Mayara continuava calma e serena como sempre, isso fazia que seus companheiros ficassem mais confiantes.

Dezenas de pequenos olhos vermelhos se aproximam deles em meio à escuridão, logo eles vêem claramente os "Bafomés Júnior" Correndo freneticamente de um lado para outro, pareciam em êxtase, seus berros se assemelhavam a risadas, como se estivessem se divertindo com aquilo.

Aquilo deixava o grupo ainda mais tenso, parecia até que os pequenos caprinos zombavam da cara deles.

— Ora seus cabritos subdesenvolvidos! – Érebo tenta avançar para atacar os monstros, mas é impedido por Mayara. — Mas?... – Sem entender o porque daquilo, o ferreiro olha confuso para a monja, ela apenas aponta discretamente para a moita, o jovem não acredita nos próprios olhos.

A pequena moita se mexe, e de trás dela surge o grande demônio, um feixe de luar que escapara das pesadas nuvens de chuva refletia em sua lâmina gigantesca, ela brilhava, parecia que emanava uma aura fria e maligna, todos se arrepiaram naquela hora.

O enorme bode olha para os sete, analisava cuidadosamente cada um, como se tivesse todo o tempo do mundo, completamente diferente do grupo de aventureiros, ele permanecia calmo, tinha uma respiração lenta e pesada, não parecia que iria atacar eles, não estava em postura de batalha.

— Papai! Papai! Papai! Eu quero mercenária! Papai? Deixa eu matar ela! Deixa? Deixa? Deixa? - Gritava um dos bafomés, histéricos.

O bafomé se vira para seu pequeno filho que pulava ininterruptamente do lado dele.

— Não se apresse filho... Eu deixo a mercenária para você... Vão todos dividir, cada um fica com um. – A voz gutural do demônio causava arrepios em todos ali, estavam sendo tratados como se fossem presas fáceis.

— Se você está achando que vai nos vencer assim tão fácil, está muito enganado demônio! – Thanatos fica nervoso com a conversa que escutara.

Bafomé olha para Thanatos e responde:

— Você? Acha que com esses seus amigos fracos pode me vencer?

O templário mantinha a calma, sabia que a força do demônio não estava só em seus músculos, mas também nas suas palavras.

— Não escutem-o! ele vai tentar de tudo para nos amedrontar, vai mentir, mexer com nossos medos, não escutem nada! – Mayara falava sério para todos, Érebo, Arthemis, Maeros e Sísifo apenas sinalizam com a cabeça para mostrar que entenderam.

Thanatos olhava fixamente para o seu alvo, não hesitaria em atacar se ele desse mais um passo. Estava com medo, não era medo de morrer, era medo de não conseguir proteger a todos... Era fácil proteger um mercador e uma gatuna, mas não um grupo de sete pessoas.

— Posso ir papai? Deixa? Posso? – Os filhotes do grande monstro começam a falar todos juntos, impacientes, queriam matar.

— Maeros, Érebo, Arthemis, cuidem dos pequenos. Eu, Thanatos e Sísifo nos encarregamos do Bafomé. – A monja distribuía as ordens calmamente, como tinha feito na última batalha. Nunca perdia a calma.

— Mayara... Por acaso você já falou para os seus amigos que não pode usar o seu Punho Supremo do Azura? Ou você mentiu pra eles também? Bancar a monja indestrutível é mais legal não é? Compreendo... - Diz o bafomé.

Apesar das palavras do monstro, Mayara não se abala.

— Isso é Verdade? – Diz Érebo não acreditando.

— Eu só posso usar um outro Azura depois de 24 horas... Ele consome muita energia e me deixa completamente esgotada, física e mentalmente... Mas não se preocupem, eu não sou inútil... – Ao dizer isso, a monja sai de sua típica posição das mãos em lótus e sua aparência calma e serena e muda completamente; Dobra levemente os joelhos, trás a mão direita perto do estômago, fechando o punho, estende o braço esquerdo e deixa a mão aberta como se chamasse os inimigos.

— Divirtam-se... - Ao pronunciar essas palavras mais que depressa os "Bafomés Júnior" avançam contra eles, corriam a uma velocidade tremenda, era um correr quase sobrenatural, com suas pernas curtas ele andavam mais rápido que qualquer humano, mais rápido que muitos Pecos. Maeros não se contém mais nem um segundo, avança pra cima daquele que queria matá-la; E por pouco que não consegue, ela desvia de um ataque rápido da minúscula foice da criatura, com sua agilidade de mercenária ela golpeia a criatura diversas vezes enquanto desvia de todos os ataques, em questão de segundos ele estava no chão e ela nem ao menos tinha sido tocada.

Cada um foi atacado por um "Chifrudinho", mas eles nem ao menos foram páreo para o grupo. Sísifo e Arthemis mataram seus adversários antes mesmo que eles pudessem chegar perto; Érebo cortou no meio com apenas um golpe; Mayara em uma seqüência de golpes incríveis derrotou sem nem ao menos cansar; Thanatos, usando uma habilidade divina que apenas templários possuem chamada Cruz Divinum, desintegrou o demoniozinho; até mesmo Peco, com seu bico afiado e suas garras poderosas não teve trabalho pra vencer.

— É isso o que você chama de força? É por causa disso que devemos ter medo? O único que devia estar com medo aqui é você! Protegerei os indefesos e derrotarei você! – Thanatos aponta a espada em direção ao Bafomé.

— O que você chama de proteger os indefesos eu chamo de carnificina! – O demônio parecia realmente zangado, a expressão de calma e sadismo do rosto dele muda completamente; Estava nervoso, muito furioso, todos ficam apreensivos.

O templário fica confuso e hesita.

— Quem são os indefesos? Pense bem Thanatos! Quem você quer proteger? Assassinos, torturadores?! Vocês aventureiros entram no território dos monstros, atacam eles sem nenhum motivo e ainda acham que tem o direito de achar que estão certos! – Ele bate o cabo da foice no chão com força, a terra treme. — Me diga, sinceramente, quem é o culpado na história? Um coelho que come tranqüilamente sua cenoura silvestre sem nem ao menos incomodar, por vezes fugindo dos humanos; ou uma gatuna sem coração, sem pena, que vai até o pobre animal indefeso e o mata friamente por nada? Me diga! Não tem coragem de encarar a verdade? É difícil perceber que depois desse tempo todo você vem protegendo os assassinos e os torturadores, não é?

Thanatos fica completamente paralisado, sem reação, não queria acreditar no monstro, mas no fundo suas palavras faziam sentido.

— Thanatos, não ouça ele! Ele está tentando te confundir! – Arthemis é interrompida por um olhar maléfico do Bafomé.

— Como ousa... Como tem coragem de falar uma coisa dessas do Thanatos... – Todos se viram para a voz irritada, era Maeros.

— O Thanatos sempre foi justo e bom! Sempre protegeu quem precisou de ajuda, nunca negou ajuda nem a uma criança que todos diziam ser ladrão! Nem a um mercador que não tinha nada a oferecer em troca! Até uma gatuna sem futuro e desengonçada ele ajudou! Poxa! Ele nem monta no seu Peco por que ele não quer que ele canse! Como você agora vem dizer a ele que tudo o que ele fez é errado? Do jeito que você fala até parece que ele deveria proteger os monstros e matar os humanos! Eu farei você calar a boca e nunca mais duvidar da bondade dele! – Depois do seu discurso inflamado, Maeros avança para o monstro, sem dó nem piedade, seus olhos estavam inundados de lágrimas, mas apenas Thanatos tinha notado.

Thanatos percebe o perigo que sua amiga corria, enfrentar o demônio só era suicido, se ele não fizesse alguma coisa ela morreria.

Ele se ajoelha, finca sua espada no chão e fica completamente vulnerável a qualquer ataque. — Redenção - Após pronunciar essas palavras, uma luz azul sai de seu corpo em direção ao de Maeros, ambos ficam envoltos nesse facho de luz, foi tudo muito rápido, questão de décimos de segundos.

Os outros também correm até o bafomé. Agora sim, a luta havia começado.

Maeros avança correndo em zigue-zague, uma técnica comum de mercenários para evitar ataques, com suas katares em punho ela salta e tenta acertar a garganta do imenso monstro.

Érebo não avança, apenas urra com toda a sua força aquilo era chamado de Grito de Guerra, uma habilidade dos ferreiros para aumentar sua força e confiança. Ele segura seu machado com as duas mãos e começa a tremer levemente. — Adrenalina Pura!

Mayara olha espantada para as veias do braço de Érebo que pareciam querer saltar pra fora da pele.

Força Violenta! - Mais uma vez, Érebo grita e dessa vez os músculos de seu braço e do seu peitoral aumentam consideravelmente.

"Então essa é a verdadeira técnica de um ferreiro, esperar até o momento certo para aumentar a sua força e velocidade de uma só vez" - Pensou Mayara que parte logo ao ataque.

Arthemis se preocupa apenas em aumentar ainda mais a força e agilidade de seus amigos com suas magias divinas.

Thanatos se concentra mais e vários outros feixes de luz azul saem de seu corpo e vão em direção aos outros membros. Peco sabe que se atacar só atrapalhará e fica pra trás.

Sísifo fica ao lado de Arthemis e alveja o demônio continuamente.

— Acha que vai me acertar com esses movimentos lentos? – O bafomé apara o ataque de Maeros com o cabo de sua foice, e com a mesma demônio ataca a mercenária na intenção de rasgá-la ao meio.

Milagrosamente ele erra... Não, ele acerta em cheio, mas a lâmina nem toca a pele de Maeros, passa por ela como se ela fosse intangível.

Thanatos urra de dor, uma ferida enorme se abre em seu peito, era como se o golpe que Maeros tinha recebido tivesse sido redirecionado pra ele.

— Quando tempo você pode aguentar levar ataques pelos seus amigos? Só vai cair mais cedo. – Bafomé sabia que se atacasse os outros só feriria Thanatos, mas ele não se importava, se o templário morresse estavam todos perdidos. Era uma questão de tempo e todos eles cairiam.

— Arthemis-san! Sua vez! – Diz Sísifo enquanto atirava sem parar, Arthemis se posiciona atrás do templário.

— Frigga, minha deusa, eu te suplico! Me ajude agora porque necessito, me empreste um pouco de seu imenso poder, para que esse corpo pare agora de sofrer. Curar! - A grande ferida do peito de Thanatos se fecha rapidamente, e isso não deixa o bafomé muito feliz.

Por alguns minutos a batalha se estende; Thanatos apenas leva o dano por seus amigos, Arthemis não deixa que o templário caia e os outros apenas atacam severamente sem se preocupar em defender.

Uma chuva torrencial caía, o campo de batalha estava manchado de sangue... Sangue de um templário sagrado e de um demônio se misturava no solo. Ambos os lados estão cansados, mas não param, quem parasse agora perderia.

— Estou cansado de brincar com vocês... - Um enorme círculo de conjuração com vários símbolos desconhecidos aparece em baixo dos pés do grupo.

Antes que alguém pudesse fazer ou expressar alguma reação já era tarde demais. As nuvens acima deles começam a faiscar descargas elétricas.

Ira de Thor! - Todos os relâmpagos que as nuvens de chuva continham se agrupam em um só lugar, em cima da cabeça deles. Um enorme raio alaranjado desaba em cima deles, acerta todos. A terra treme e o barulho é tão alto que não se pode escutar os gritos de dor do grupo e as risadas insanas do bafomé.

— É assim que iam me derrotar? Vocês podem se achar fortes, mas não são páreos para mim! – Enquanto se vangloriava, ele gargalhava de felicidade ao ver os corpos caídos no chão.

Peco não conseguia acreditar no que via; Thanatos, Maeros e Mayara estavam caídos no chão, inconscientes. Estavam perdidos, por mais que quisesse ajudar o máximo que poderia fazer agora era ir lá e morrer com eles também, era o que pretendia, se todos morreram protegendo uns aos outros, ele também iria. Mas Peco notou uma coisa, Arthemis, Érebo e Sísifo não estavam caídos lá, onde estavam?

— Cantando vitória antes da hora? – Érebo estava atrás do demônio, aproveitou-se da distração com a magia e se esgueirou para trás dele. Estava com uma adaga na mão, não faria nem cócegas no enorme monstro com elas se tentasse feri-lo normalmente.

— Planeja me derrotar com uma adaga? Se nem as katares da mercenária, que são consideradas letais, conseguiram me ferir profundamente, você acha que um caçador de adaga vai conseguir me derrotar? – Pergunta o bafomé irado com o Ferreiro.

— Eu? Te derrotar? Não confunda as coisas bicho nojento, quem vai te derrotar é ela! –  Érebo aponta para a sacerdotisa, ela recita um canto em uma língua estranha e lentamente tira uma pedra azulada em formato oval de dentro de sua bolsa.

— Ela... Pode usar aquilo? – Bafomé parecia mais tenso – Não importa! Eu posso escapar daquilo muito facilmente, não é a primeira vez que tentam! – Ele volta a ficar tranqüilo novamente.

— Acho difícil escapar daquilo sem poder andar, não acha? – Diz Sísifo, ele havia colocado armadilhas para que o Bafomé não pudesse andar.

O Demônio se desequilibra e cai de costas na hora, desesperado ele tenta se levantar em vão.

— Maldito! Volte aqui, eu vou te matar! – O bafomé balançava sua foice desesperadamente, golpeia o chão com os punhos tão fortemente que os afunda no solo.

O caçador e o ferreiro já estavam longe, logo depois dos ataques eles puluraram e esconderam-se em uma moita.

— Vá morar com Hell, demônio maldito... Magnus Exorcismus! - Arthemis joga a gema azul em cima do monstro e a pedra azulada se rompe em um brilho branco cegante. As nuvens se abrem por alguns instantes e diversos anjos descem por um faixo de luz, eram anjos iguais aqueles que ressucitaram Thanatos no dia em que ele morreu. Dezenas desciam em direção ao Bafomé com suas lanças em punho. Era impossível ver o que fizeram com o demônio, a luz que o cobria era muito forte.

Assim que a luz se apagou, as nuvens fecharam o céu novamente e onde havia um enorme bafomé agora só havia sua carcaça e seu chifre.
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— Thanatos... Você esta bem? – Sísifo o olha nos olhos.

— Claro, mas... Aonde está o bafomé? – O templário se levanta colocando a mão na espada rapidamente.

— Relaxa! Ele morreu... A Arthemis é especialista em fritar demônios. - Sorri Sísifo.

— E Os outros? – Thanatos olha para os lados em busca dos amigos.

Érebo ajeitava seus novos Chifres Majestosos na cabeça, Mayara estava sentado no chão ofegante, Peco estava do seu lado, e Arthemis estava sentada no chão do lado de Maeros que estava deitada, imóvel.

— Mas o que?! – Thanatos não queria pensar no que estava pensando.

— Ela não resistiu a magia... O choque foi muito forte... Érebo estava em quase não foi atingido, Mayara estava acostumada a isso devido ao seu treinamento pesado e você... Bem... Você é quase indestrutível... Mas Maeros... - Diz Sisifo.

Os olhos do rapaz de cabelos azuis se enche de lágrimas.

— Sinceramente Thanatos, mas a culpa é sua! Eu não queria falar mas... É a verdade. - Continua Sísifo, como se já não estivesse satisfeito em fazer o rapaz chorar.

— M-minha? - Pergunta Thanatos enquanto as lagrimas escorrem no seu rosto.

— Sim... Você disse que iria protegê-la. Disse que ela podia confiar a vida à você e ela acreditou... E morreu acreditando nisso. - Responde Sísifo.

— M-Morreu...

— As pessoas morrem Thanatos... Você não pode proteger a todos, mesmo que queira... Mas se você não pode proteger até a pessoa mais querida da sua vida... Como irá nos proteger?

As palavras de Sísifo entram como facas no coração dele. Por mais um tempo ele olha para o corpo inerte de Maeros no chão, depois se levanta de cabeça baixa.

— Você tem razão, se eu não posso proteger ela... Eu não posso proteger ninguém!

Sísifo fica em silêncio. Quase ninguém percebeu quando Thanatos sumiu por entre as árvores. Érebo estava ocupado se preocupando com os chifres que achara, Mayara estava desligada do mundo a sua volta, Arthemis estava debruçada sobre Maeros... Mas Sísifo... Esse viu... Viu Thanatos desaparecer, e viu Peco correr atrás dele.
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— Como ela está Arthemis? – Pergunta o caçador enquanto se senta do lado dela.

— Muito mau... Mas vai sobreviver. - Responde Arthemis.

— Que bom... – Sísifo não consegue esconder o sorriso, mais sarcástico e demoníaco que qualquer bafomé poderia fazer.